Curitiba-PR
A caridade.
Continuaremos hoje no tema caridade, sobre ajudar ao próximo, sobre contribuir com os menos favorecidos. Se não todas, a maioria das doutrinas religiosas prega a caridade como forma de aproximação ao Divino. Mas, será que ela é somente isso? Afirmo categoricamente que não. É também isso, mas não apenas isso.
A caridade ocupa uma dimensão muito maior do que podemos imaginar. Não é apenas tirando de si para doar ao próximo que podemos praticá-la. Ela não é uma coisa, algo que podemos tocar, um sistema ou uma metodologia. Caridade é uma filosofia de vida e tem como principal ferramenta nossos sentimentos.
A pratica da caridade envolve além dos pontos citados nos parágrafos anteriores, a doação do tempo do ser humano em prol de outros seres; a prática dos bons sentimentos e boas vibrações a outrem; ajudar não apenas na esfera material, mas também sentimental e espiritual; abdicar temporariamente de alguns dos seus próprios desejos e ambições em favorecimento de alguém mais necessitado; não difamar quem quer que seja pelas costas, sem dar-lhe chance de argumentação, entre tantas outras coisas.
Não por acaso, a caridade é, e sempre será, um dos pilares sentimentais dos filhos da Umbanda. Acompanhada da fé, do amor e da humildade, formam a essência do médium umbandista que deve desenvolver a capacidade, inclusive, de desejar o bem e perdoar aos seus inimigos. Não é tarefa simples, mas pode ser praticada cotidianamente, um passo de cada vez, simplificando o que nos parece ser tão inimaginável e inalcançável.
Nos dias de gira todos tomamos nossos banhos de descarrego, vestimos nosso branco impecável, batemos cabeça, firmamos nosso anjo da guarda e Pai de cabeça, colocamos nossas guias no pescoço e nos preparamos para mais uma noite de axé junto aos Guias que trabalham conosco. Mas afirmo, de nada adianta todo esse preparo se nossos corações não estiverem livres dos maus sentimentos. A limpeza fluídica dos nossos espítitos é de fundamental importância para o bom andamento da gira, da casa e, principalente, do noso desenvolvimento mediúnico.
Bem resumido, a empatia (capacidade de colocar-se no lugar do outro) é uma boa forma de iniciarmos a prática da verdadeira caridade, que passa muito longe apenas da matéria, pois teremos chance de entender, pelo menos em parte, as dificuldades e talvez alguns comportamentos dos nossos irmãos.
Axé!
Pai Luiz de Oxóssi.
12/02/2019.